Meu Nunca Amigo





Você não é mais o que me foi por amigo.
E nem eu lhe fui mais de alguma amizade.
Tornamo-nos, demasiados, uns estranhos...
(...) De riso frio, alma severa, passo calculista.
E escorre o sangue não virginal de o nosso mal.

As minhas falas de permutas não te servem mais.
E nunca me foram justas aquelas dicas-carapuças.
A tua presença tornou-se uma companhia carcome.
A ascensão sem garantia à nossa manutenção segura.
Uma infantaria de descaso e levianas reciprocidades.

De nos dizer um adeus é a pura prevenção.
Pretensão vital de não nos encontrarmos.
Mesmo o talvez, suscita pavor e a ameaça.
Certeza neste fim é o que temos de melhor.
Nisso, não procuramos qualquer novidade.

Ao nosso desencontro, vamos nós, fausto amigo.
Á qualquer lugar que nos desloca mais distantes.
Deste modo, trilhamos sobre as vias. o equilíbrio.
Você, não se valendo como um fastio inimigo.
Eu, nunca acreditando na tua prosa de amigo.

Ofertamo-nos de um bem com este nosso mal comum.
Essa idiossincrasia necessária, a nivelar um bem maior.
Não há de quê as lágrimas, nessa única e tardia despedida.
Tão eu sei que a tua alma seca, delas sempre as necessitou.
Seja eu... Esteja você... Vamos lá... Sorver os vinhos sádicos.

Contudo, com a ressaca do que foi o nosso primeiro encontro:
De antipatia... Aversão... Ascos nominais... Nulidades merecidas.
Que o acaso não adoce o azedo dessa habitual falta de sintonia!
E quem sabe no amanhã... Ao tardar da noite... De um outro dia...
No amanhecer da hora vindoura, eu o veja em si, com as alforrias.

Por agora, tenho indo desmatar toda essa tua flora de hipocrisia.

Raitler Matos.

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