Imaginações




Imaginações

Seja bem vinda!
Peço para numa próxima vez, nem bater na porta.
Sem qualquer outra permissão, tuas palavras me dilaceram.

Assenta-te!
Estejam os teus pés descansados... Estes meus e calcanhares,
Cansam, doem e lateja no caminho pelas ruas, por tua procura.

Esteja bem!
Ainda que me recomponha deste faltar de fôlego.
É que enfadei o meu corpo, por correr deste breve desencontro.

Reconsidere!
Nesta sala, outras vezes estivemos, sem saber ao certo o que dizer.
Em todas as ocasiões, nada restou de certeza para esse reencontro.

Considere!
Como terão sido os nossos dias... Noites como prato de lembranças.
Isso é o que nos fere? E lubrifica-nos nas vontades de mil vinganças!

Veja!
Temos algo para dizer... O muito sobre nós, na negligência de ouvir.
Desatenções instaladas como visitas, na rotina dos nossos não afetos.

Escute!
Nem sei se eu peço o pão da sua ida ou se bebo vinho em despedida?
Já não distinguimos dia bom ou o lado em que na cama, acordaremos.

Acredite!
Talvez eu vá, para que você em mim, de vez, outra hora desapareça.
Talvez eu fique, para que de mim, tão pouco você não se aborreça.

Sinta!
Dúvidas percorrem inúteis em nossas veias... Nosso melhor momento!
Afamamos o silêncio... A nossa audível mudez em adjacência presente.

Resolva!
Muito de ínfimas importâncias. De não sermos ontem, um para o outro.
E tudo isso é o que fomos! O que somos ainda é a sedução e o mistério.

Entenda!
Entre as outras coisas sobre nós, nos entreolhamos.
De vontades... Imaginações.

Raitler Matos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Meu Nunca Amigo

VONTADES